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sábado, 6 de novembro de 2010

23) Colocando Limites nas Crianças


     O fator fundamental para fortalecer comportamentos adequados e minimizar aquelas condutas indesejáveis é a colocação de limites nas crianças. Isso gera a adaptação da criança no meio social e também seu amadurecimento.  Só aprendendo desde cedo a viver com limites, a criança tem condições de se transformar em um adulto responsável, capaz e autônomo.

     Esta nova geração de crianças que hoje tem por volta de dez anos de idade, nos surpreende em relação a muitas coisas. Algumas maravilhosas e outras infelizmente, nem tanto.

     Ficamos perplexos com a dificuldade que muitas crianças, mesmo as que desfrutam de situações sócio-econômicas e educacionais adequadas, tem em internalizar normas sociais básicas de convívio em grupo. Com isso precisamos entender o que acontece com elas, sua família e a sua escola.
     Com a excessão dos casos com patologia,  encontramos um número surpreendente de comportamentos explícitas que apontam para a falta de reconhecimento de fronteiras nas comunicações sociais e não só entre iguais, mas em relação aos pais, aos professores e autoridades em geral.

     É freqüente assistirmos as crianças falarem alto, interrompendo os adultos, interferindo em assuntos que não lhes dizem respeito, mexerem e destruírem a propriedade alheia com um desdém espantoso, ofendendo, rejeitando e menosprezando sem qualquer cerimônia tudo que lhes pode oferecer algum tipo delimite ou desprazer. A situação piora muito se por acaso forem frustrados, chegam a situações até agressivas.
     A criança conhece ao nascer um mundo que se diz globalizado. Um dos lados negativos desse movimento é que criou em mentes pouco esclarecidas, perspectivas fantasiosas da ausência de limites, de fronteiras em muitas áreas, acabando por fortalecer e permear a idéia no que tange ao seu direito individual e de seus filhos.
     A fragilidade dessa concepção está em se por um lado nos tornamos potencialmente iguais, com os mesmos direitos, pelo outro lado esquecemos que teríamos que ter os mesmos deveres. Primeiro porque o que se vê hoje com freqüência é o postergar e o repassar para amanhã e para os outros, sejam esses nossos colegas, pais, governantes, etc, a responsabilidade e o enfrentamento das conseqüências de nossos atos. Segundo porque cada vez mais as crianças assistem a uma inversão de valores realmente catastrófica: "eu" tenho direitos e os "outros" deveres....os "espertos" são ganhadores , já os "certinhos"...

     É preciso que os adultos, procurem urgentemente dentro de suas casas e de nossas escolas, recolocarem as coisas em seus devidos lugares: crianças são crianças, mãe é mãe, pai é pai, adulto é para ser respeitado porque tem maior experiência e portanto mais poder de discernimento.
     Ensinar desde cedo às crianças que para a pergunta: "você sabe com quem está falando?", vale a resposta recíproca e que em todas as situações da vida há sempre quem manda mais porque tem maior responsabilidade sobre o resultado final. Obedecer é natural, não é crime e não dói: até no mundo dos irracionais é assim!

     Há limites, fronteiras e diferenças entre as pessoas, enquanto ocupam posições, cargos, desenvolvem funções, educam filhos, dirigem escolas, conduzem associações, governam países....O chefe é o chefe, tem visão mais ampla, responde à comunidade pela condução de seus caminhos e aos subordinados cabe cooperar e respeitar seu limite de ação e escolha.

     E isso se aprende quando ainda se usam fraldas: depois é muito mais difícil. Quer um pequeno exemplo? Quando o pai proíbe a criança pequena de comer mais um doce, ele pode e deve explicar o motivo, mas "negociar" a ordem está totalmente fora de cogitação. Assim a criança percebe o seu limite, a fronteira e a diferença entre ela e o pai e entende quem manda ali. E ainda mais importante: sente-se mais segura, mais protegida e aprende a viver em sociedade. Aos poucos internaliza a idéia de que há um espaço a partir do qual ela não pode ir, pois será responsabilizada por isso e terá que vivenciar as conseqüências.
     Quando os comportamentos já estão arraigados, não resolve ameaçar, castigar, bater. A experiência têm mostrado que explicar detalhadamente as regras e as conseqüências das ações que as contrariam, parece ajudar efetivamente a internalizar as normas de conduta.
     Não existe o tudo pode na vida real. Aliás, é sempre bom lembrar de uma pequena mas decisiva palavrinha que centraliza o fiel da balança em todas as relações humanas: o respeito. E esse sempre foi e percebe-se sempre será fundamental, até mesmo nesse maravilhoso mundo globalizado, se quisermos continuar a viver nele!

     Algumas sugestões/dicas, que embora não esgotem o assunto podem ser valiosas na educação dos filhos:

•Procure ser claro, tranqüilo e firme ao explicar à criança a situação;

•Procure fazê-la entender como as outras pessoas se sentem quando ela age de maneira inconveniente;

•Demonstre que você não gostou do comportamento, mas o quanto gosta dela: a intenção não é tirar a espontaneidade da criança, mas sim normatizar seus atos;

•É importante dar exemplos simples, adequados à idade, de outras possibilidades para resolver o problema;

•As normas devem ser explicadas à criança como o meio mais eficaz de ter um bom relacionamento com a família, na escola e na sociedade;

•Mostre as conseqüências imediatas de sua conduta indesejada;

•É importante que o adulto esteja muito seguro das razões pelas quais está exigindo que a criança tenha este e não aquele comportamento;

•A disciplina depende em boa proporção dos exemplos dos adultos e da sua capacidade em estabelecer as regras. Fiscalize e esteja atento para reorganizar soluções dos problemas que venham a surgir, sempre de modo afetuoso e firme;

•É fundamental que a criança se sinta querida e respeitada e que perceba que as regras impostas são para sua segurança, aceitação social e desenvolvimento adequado;

•Adultos equilibrados despertam a confiança das crianças. Adultos impulsivos tendem a criar filhos com igual característica de comportamento;

•Devemos ensinar desde cedo às crianças a lidar com suas frustrações e controlar suas expressões de desagrado;

•Autocontrole e tolerância à frustração são aprendizagens indispensáveis para viver em sociedade e devem advir da família, na qual as primeiras figuras de autoridade são apresentadas às crianças.


Os pais devem lembrar-se de que:

•São os educadores primeiros e fundamentais. A escola só complementa a educação que os alunos trazem de casa;

•Educar é uma tarefa trabalhosa, que requer persistência e autodomínio. Buscar ajuda profissional é o mais indicado antes que as coisas fujam de controle;

•Ensinar a criança a conhecer-se dentro de suas potencialidades e limitações reais e incentivá-la a crescer de forma socialmente saudável faz parte da educação;

•Educar um filho para adaptar-se a todas as situações da vida é dar-lhe meios de conquistar a própria autonomia e felicidade;

•Educar nada tem a ver com compensar os filhos pelas carências vividas pelos seus pais;

•Permissividade, tolerância excessiva, não são percebidas pela criança como um ato de amor, mas sim como pouca valorização, pouca atenção para com ela;

•Cada filho, assim como cada pessoa, é único e as ações educativas devem por isso ser personalizadas. Mesmo irmãos gêmeos, são pessoas diferentes;

•Crianças precisam de liberdade conduzida, ou seja, limites. E de adultos no comando: "porque eu quero" ou "porque decidi que é o melhor" são frases que podem ser (parcimoniosamente) utilizadas pelos pais. A criança sente que há um adulto no comando.

•Crianças também aprendem por imitação: jamais seja contraditório com seus atos ou palavras com aquilo que ensina;

•A idade determina o grau de desenvolvimento e compreensão da criança. Não se pode agir no sentido de manter comportamentos infantis nos filhos tratando-os como se fossem mais jovens do que são e nem assustar os pequenos com exigências acima de sua capacidade, pois isso lhes tira o desejo de crescer;

•Jamais se desautorize ou desautorize outro adulto que lida constantemente com a criança. Antes, discuta e decida como agir com a criança nas diversas situações que se apresentam;

•Castigos devem ser usados com cuidado e nunca em momentos de nervosismo dos pais, pois terão de ser cumpridos pela criança, caso anunciados.

•A criança deve sempre aprender algo com a experiência vivida. Ser mais cuidadosa consertando algo que estragou, repor com um dos seus brinquedos o que perdeu de seu amigo ou limpar o que propositalmente sujou.


Um comentário:

  1. Excelente matéria!!!!
    Gostei muito.
    Acho que muitos pais deveriam ler isso em diferentes fases do desenvolvimento da criança para não cometerem erros graves na educação dos filhos, que geram falta de respeito e autoridade.
    Parabéns pela postagem.

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