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terça-feira, 28 de setembro de 2010

21) O Significado dos Limites na Educação das Crianças

      O afeto é um dos principais pontos na educação das crianças. É também um dos grandes conflitos, pois há uma certa dificuldade em se diferenciar afeto e limite. Pais se sentem inseguros ao exercerem sua autoridade e muitas vezes não compreendem que colocar limites não significa ser autoritário, mas sim, demonstrar autoridade. Apesar de não ser uma tarefa fácil, colocar limites proporciona ensiná-las tarefas fáceis tais como: respeitar a si mesmas e aos outros e compreender a diferença entre suas vontades e suas necessidades.
      Esperar a vez, entender a necessidade de compartilhar, ser tolerante e gentil, são ganhos que os limites trazem, mas, para isso, as regras precisam ser claras, coerentes, objetivas e, principalmente, devem ser mantidas com firmeza e segurança.


      São previsíveis as reações de choro, resmungo e briga ao ouvir um "não". Essas reações geram um sentimento nos pais de injustiça. Sentindo-se injustos os pais acabam esquecendo de que os limites são para o bem da criança.
      É preciso ter consciência das consequências da falta de limites. A criança que rejeita regras  terá dificuldades de conviver com os outros quando crescer.
      As intenções podem ser as melhores, como por exemplo, poupar os filhos do sofrimento, porém, satisfazer todas as vontades contribui para prejudicar a capacidade de enfrentar os desafios, as dificuldades e as frustrações da vida.
      Talvez seja difícil ver a diferença entre limite e autoritarismo, mas, é necessário clarear esta questão. Nota-se que se não houver limites, as crianças fazem de tudo para procurá-los. Mas até onde elas podem chegar nesta procura? Como elas agem?
      A pergunta "por quê?" vem logo em seguida do "não" aplicado e, apesar de pequenos, eles tem todo o direito a uma resposta, por isso, o diálogo e a explicação dos motivos do "não" é a melhor escolha. Entendendo o motivo do não a criança está mais propícia a obedecê-lo.

      Mordidas, cusparadas, chutes, socos, escândalos em locais públicos tem levantado questões sobre uma certa "agressividade" infantil. Vale salientar que existe um tipo de comportamento de criança esperado pelas famílias segundo suas concepções de infância. Nesse sentido, a escola pode oferecer ajuda aos pais mostrando que é bem possível que estejam esperando demais da criança. Num segundo momento, a escola pode incentivá-los a construírem a imagem dos seus filhos diferente da imagem de "criança ideal", percebendo suas particularidades.
      O próximo passo é desconstruir ideias erradas sobre "autoridade", entendendo seu real significado: firmeza, paciência e persistência nas palavras e não uma relação construída sem respeito e sem integridade.

      Outorgar poderes de adultos como: escolherem se vão viajar ou não, se vão sair à noite ou não, se querem ir à escola ou até mesmo seus próprios castigos é outro equívoco cometido pelos pais que pensam que agindo assim estão construindo uma relação democrática. Pelo contrário, acabam colocando na criança um peso que seu corpo e sua mente não suporta, já que tais decisões são do papel de pai e mãe, que são as referências da criança.


Você sabia que o "NÃO" também tem um valor afetivo? O não que acolhe, educa e oferece limites oferece afetividade. Porém, é muito difícil para as crianças conviverem com o "não", mais até do que com a ausência dele. São ouvidos vários relatos de pais que após uma cena de escândalo de seus filhos, por não conseguirem o que queriam, voltarem atrás e permitirem com a fala: “Só dessa vez!”. Isso é ausência de autoridade.
      Em outros casos, para evitar cenas de pirraça em locais públicos, acabam cedendo às pressões dos filhos  e, com isso, acabam causando danos à educação dos mesmos. Após insistentes tenatativas em vão, pais e mães perdem a paciência e partem para a autoridade que não queriam ter: revidam a desobediência com os mesmos tapas e gritos das crianças.
      Na escola é bem comum observarmos crianças que batem mais, resolvendo seus conflitos de forma corporal, ou seja, com tapas, socos e chutes. Ou crianças que tentam, por meio de gritos e choros, conseguir o que querem. Não podemos encarar como “uma coisa de criança” e simplesmente deixar prá lá, pois agindo assim, estaríamos interpretando a criança como um ideal infantil. O caminho é resolver! Se ela sempre bate nos amigos, o professor deve fazer algo com ela. Sem castigos ou coisa do gênero. LIMITES! Algumas escolas e  professores apresentam receio de dizer não, de colocar limites também. A escola é um espaço repleto de regras, por isso, também cheio de  transgressões, então, devemos agir de forma clara e direta, sem rodeios.

      A luz no fim do túnel é clareza! Agir com franqueza, ser direto e não adiar decisões tira a criança da angústia.  O limite precisa ser aplicado no tempo certo, no exato momento em que se faz necessário.  A colocação de limites permite a construção de um espaço geográfico das relações sociais.
     Não se canse em repetir diversas vezes as mesmas orientações, pois o fato da criança voltar, vez ou outra, à mesma atitude, pode não significar que ela não aprendeu, ou não entendeu, mas sim que ainda precise checar algumas situações e ver como os pais e mães se colocam frente a elas, além de perceber como as pessoas reagem quando age dessa forma. Agir com ameaças e ceninhas de nada adianta, as crianças precisam de ação!  Tudo muito bem definido, o que pode, PODE, o que não pode, NÃO PODE e pronto! É preciso ser firme e ter paciência.
      Agir com firmeza e colocar a regra especificando que tipo de intervenção irá acontecer quando ela for descumprida. A criança vai checar para ver se ela continua valendo, se os pais  realmente sabem o que fazem e dizem. A criança repete as cenas justamente por fazer questão de verificar as regras.
      Os pais devem conversar bastante com professores para perceber quais comportamentos também fazem parte da vida da criança, pois, se na escola é tão diferente do que acontece em casa...

Limite e Autoritarismo

Observar a diferença entre limite e autoritarismo talvez seja bem difícil. Então vamos tentar entender esta questão. Já percebemos que se não houver limites as crianças fazem de tudo para procurá-los. Como elas agem?
Vejamos um exemplo bastante comum em qualquer família:
Depois de passar a manhã com um grupo de amigos Clarinha quer continuar a brincadeira também durante o almoço. A mãe diz: “Não! Agora é hora de comer”. A menina bate os pés e se recusa a comer.
Se a mãe lhe permitisse comer sem estar sentada à mesa, provavelmente se alegraria pelo seu triunfo. No entanto, se a mãe conseguir se mostrar firme, ajudando Clarinha a superar o mau humor, e se Clarinha no fim comer tranquilamente, ambas sairão vitoriosas. Sentir-se-ão mais unidas e satisfeitas por terem superado o conflito.

Proteção e Segurança

Determinar limites conhecidos por pais e filhos proporcionam um sentimento de maior segurança e proteção  nas crianças.  Existem dois perigos evidentes em relação aos limites: ou os pais são autoritários e proíbem tudo ou a criança domina os pais. Mas, se uma criança se sentir mais poderosa do que quem cuida dela, como poderá confiar em quem deveria protegê-la?
Na visão da criança os limites protegem e dão garantia, mesmo que num primeiro momento pareçam apenas restrições capazes de enfurecê-las.
É fundamental que os pais consigam formar na criança a sensibilidade para que ela perceba a diferença entre suas necessidades e suas vontades. Existem muitas boas razões para fixar limites, como coisas primárias e simples: proibir brincar com objetos perigosos, como as tomadas elétricas, fogo, facas, armas...
As coisas começam a se complicar quando se deve decidir se uma criança pode voltar para casa sozinha, se pode ir de bicicleta ou dormir na casa de um amigo. Nisso tudo, o respeito e os desejos dos filhos são muito importantes e todo cuidado é pouco.

Autonomia e Responsabilidade

Precisamos refletir sobre aquilo que ajuda o filho ou a filha a crescer com autonomia e responsabilidade. Se os pais satisfizerem todas as vontades dos filhos, estes cresceriam fracos e sempre mais incapazes de suportar uma frustração.
Os pais, com as melhores intenções, procuram poupar o filho de qualquer tipo de sofrimento, mas podem acabar eliminando a possibilidade de desenvolver neles os instrumentos necessários para enfrentar dificuldades.
A segurança, com a qual a mãe faz os filhos respeitarem as regras que regulam as diversas atividades, ajuda as crianças a entenderem que as coisas têm uma determinada estrutura e que os fatos têm início e fim. Isso lhes servirá para superar os momentos difíceis e aprender a gerir as circunstâncias mais complicadas.
Os limites ajudam as crianças a desenvolver capacidades próprias. A criança quer atenção, ou um certo brinquedo, ou desenvolver outra atividade e, devendo esperar ou renunciar, aprende também a ser flexível e paciente, a procurar alternativas, a ser criativa: todas qualidades úteis na vida.

Limites Coerentes

Os limites são um dos pilares para uma boa educação, pois fornecem aquele sentido de segurança física e emotiva de que ela necessita para aprender as grandes lições do autocontrole e do comportamento ético.
Mas justamente porque ajudam a formar a estrutura da personalidade, os limites devem ser coerentes. Os pais nunca devem esquecer de que justamente eles devem ser exemplos pelos mesmos limites.
Enquanto cresce, um filho deve ser sempre envolvido na compreensão e na aceitação de seus limites. Os “não” devem encorajar o contato e não o afastamento, atrair os filhos para a reflexão...
Geralmente os “não” dos pais chegam depois do “por que?” dos filhos. Eles têm direito a uma resposta.
É importante levar em conta a personalidade e o temperamento individual dos filhos. Os limites devem ser, num certo sentido, feitos na “medida”.
Tudo isso requer um tempinho e trabalho maior do que aquilo que se gastaria esbravejando ou ameaçando punições, mas constitui o “coração” da arte da educação.

Um comentário:

  1. Adorei o assunto.
    Muito útil para mães despreparadas.
    gostei muito. Parabéns!!!!!!!!!!!!
    Bjs.

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